Autor: Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva
Resumo: A partir da perspectiva da crítica biográfica, este trabalho está estruturado através do tripé criação, memória e biografia, de modo que foi tratada a complexa relação entre obra e autor, expandindo a leitura literária para além de seus limites intrínsecos e exclusivos. Ao se lidar com as metáforas do texto ficcional é que os resíduos da memória se tornaram elementos para a construção de pontes, também metafóricas, entre fato e ficção. Recorreu-se, também, ao arquivo pessoal da escritora, ampliando a possibilidade de se compreender processos muito particulares de criação, sem perder de vista a sua atuação na cena cultural da cidade de Salvador. Foram estabelecidas relações entre Myriam Fraga e o escritor Jorge Amado, no que se refere à concretização de um projeto de memória que resultou na criação da Fundação Casa de Jorge Amado, na cidade que é território afetivo e também ficcional, ponto de convergência e de partida para a compreensão do percurso que os escritores trilharam, estabelecendo uma relação de amizade. Outro ponto importante no trabalho apresentado é o estudo da coluna Linha D’água, assinada pela autora ao longo de vinte anos, de 1984 a 2004. Compreende-se a coluna como um importante difusor, espécie de “antena cultural”, ao agregar informações que ultrapassavam os limites territoriais da cidade, com destaque para as crônicas publicadas nesse veículo, sobretudo as dedicadas aos temas da cidade e do mar, mas com a sua referencialidade declarada: a cidade de Salvador. Palavras-chave: Myriam Fraga. Criação. Memória. Biografia. Crítica biografica