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Myriam de Castro Lima Fraga nasce em Salvador, estado da Bahia, a 9 de novembro de 1937, filha de Orlando de Castro Lima e Beatriz Pondé de Castro Lima.

Inicia suas atividades literárias publicando em revistas e suplementos culturais, estreando em livro com Marinhas, no ano de 1964, pelas Edições Macunaíma — editora baiana de livros com esmerado padrão gráfico e pequenas tiragens, ilustrados por Calasans Neto. 

Em 1969, publica Sesmaria, pela Imprensa Oficial da Bahia, e recebe o Prêmio Arthur de Salles e em 1972, recebe o Prêmio Casimiro de Abreu.

Em 1975 publica A ilha e em 1979, A cidade, que foi traduzido para o alemão em 1994, por Curt Meyer-Clason. Os dois livros foram ilustrados por Calasans Neto e selo da Macunaíma.

Myriam Fraga participa intensamente da vida cultural da cidade. Em 1975, publica O livro dos adynata, pela Macunaíma, que tinha sua “sede” na casa do artista Calasans Neto, no Principado Livre e Autônomo de Itapuã, assim batizado por Vinicius de Moraes.

Com O risco na pele, 1979, e As purificações ou O sinal de talião, 1981, Myriam Fraga passa a publicar pela prestigiosa Editora Civilização Brasileira do Rio de Janeiro.

Entre 1980 e 1986, esteve à frente de projetos pioneiros na Fundação Cultural do Estado da Bahia, quando coordenou a Coleção dos Novos e foi responsável pelo projeto de criação do Centro de Estudos de Literatura Luiz Gama, hoje Departamento de Literatura.

Myriam Fraga amplia seu repertório, em 1983, e concebe com Carlos Pita um disco-livro, A lenda do pássaro que roubou o fogo, edições Macunaíma, com apresentação de Jorge Amado e ilustrado por Calasans Neto.

Em 1984 recebe a Medalha Castro Alves e em 1985 seis poemas do livro As purificações ou O sinal de talião são traduzidos para o inglês — Six poems — por Richard O’Connell.

Eleita por unanimidade membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, tomou posse no dia 30 de julho de 1985, passando a ocupar a Cadeira de nº. 13, que tem como Patrono o poeta Francisco Moniz Barreto, na vaga de Luiz Fernando Seixas de Macedo Costa.

Vivendo uma intensa militância cultura, em 1987 recebe o título de Personalidade Cultural e institui a Fundação Casa de Jorge Amado, mantendo-se como sua diretora-executiva até 2015.

Participou de várias instituições culturais como:

 

  • Conselho Federal de Cultura (1990-1993)
  • Conselho Federal de Política Cultural (1993-1996)
  • Conselho Estadual de Cultura (1992-2006)
  • Conselho da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB (2004 a 2006)
  • Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia
  • Conselho da Associação Baiana de Imprensa – ABI
  • Conselho de Cultura da Associação Comercial da Bahia – ACB
  • Conselho da Fundação Pierre Verger e do Instituto Carybé.

Em 1996 recebe a Medalha Maria Quitéria e o Prêmio Copene de Cultura e Arte; em 1997 o Troféu Catarina Paraguaçu e em 1998 recebe o Prêmio Alejandro José Cabassa.

A cultura popular, através do poeta Rodolfo Coelho Cavalcanti, presta-lhe a homenagem de eternizar sua trajetória em folheto de cordel.

No ano 2000, o livro Sesmaria ganha uma nova edição, ilustrada por Calasans Neto, pela Macunaíma.

Em 2002, pela Fundação Casa de Jorge Amado, Myriam Fraga publica Leonídia, a musa infeliz do poeta Castro Alves, resultado de uma pesquisa ampliada sobre a vida infeliz de Leonídia,  uma das musas do poeta Castro Alves, e a sua vivência nas terras baianas banhadas pelo Rio Paraguaçu, já retratadas pela poeta, em 1986, através de uma pequena biografia de Leonídia intitulada Flor do sertão.

A identidade da produção poética de Myriam Fraga com as Edições Macunaíma continua se fazendo presente em Os deuses lares, 1992. 

Com a emoção à flor da pele, Myriam Fraga dá voz às mulheres em Femina, 1996, publicado pela Fundação Casa de Jorge Amado, e Sete poemas, de amor e desespero, de Maria de Póvoas, também chamada Maria dos Povos, à partida do poeta Gregório de Mattos para o degredo em Angola, escrito para a peça Gregório de Mattos e Guerra, 1987, e publicado pela Macunaíma, 1995.

Myriam Fraga dá início a uma série de biografias escritas para crianças e jovens, em 2001. Na Coleção Crianças Famosas, da Callis Editora, publica Castro Alves e Jorge Amado, 2001, e na Coleção A Luta de Cada Um, Luiz Gama, 2005. Na Editora Moderna, Coleção Mestres da Literatura, Jorge Amado, 2003, Castro Alves, 2004, Graciliano Ramos, 2007, e na Coleção Mestres das Artes no Brasil, Carybé, 2005.

Em 2008, publica Poesia reunida com sua obra poética acrescida de novos poemas, os Inéditos e Esparsos, com ilustrações de Calasans Neto para seus livros, é uma co-edição da Academia de Letras da Bahia com a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.

O grupo de teatro de bonecos A Roda cria o espetáculo Amor e loucura, em 2008, com poemas de Myriam Fraga e em 2010, o texto O pássaro do sol é encenado com bonecos de sombra e recebe publicação ilustrada com as imagens de cena. O texto foi publicado, dois anos depois, pela Editora Girafinha e em 2018 pela Editora Universo dos Livros.

Refletindo sobre o seu fazer administrativo na Fundação Casa de Jorge Amado, Myriam Fraga publica Uma casa de palavras, vinte e cinco anos depois, 2013, uma versão atualizada do livro publicado inicialmente 1997 e a longa e afetuosa amizade da autora com o casal Amado está registrada em Memórias de alegria, 2013. Publicados pela Fundação Casa de Jorge Amado.

 

Em 2015, a poeta publica a peça teatral Rainha Vashti, com ilustrações de Olga Gómez, artista visual e diretora da companhia. Foi o último livro lançado pela poeta ainda em vida.

A força da escrita de Myriam Fraga atrai a cada dia novos leitores e estudiosos e realiza a sua presença nos lançamentos póstumos. Ventos de verão, com pinturas de Mendonça Filho, 2015; Poemas, 2017, pela Editora 7 Letras; Mínimas estórias gerais, reproduzindo crônicas publicadas semanalmente, de 1984 a 2004, em sua coluna Linha D’água, no jornal A Tarde, editado pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia/Fundação Casa de Jorge Amado, ainda em 2018 a Editora Oiti lançou o título Peregrinos e Torta de maçã.