Em fins do ano de 1869 o poeta Castro Alves, doente, mutilado e desiludido, volta à Bahia na esperança de encontrar, no regaço da família, repouso e alivio para os seus sofrimentos. Em Salvador aconselham-no a procurar os campos altos e os ares puros de Curralinho, no interior do estado, para uma cura mais rápida e mais completa. Assim, no dia 29 de janeiro de 1870 ele toma o vapor de Cachoeira e, subindo o rio Paraguaçu, reingressa no espaço mágico de sua infância. Ai não encontra a saúde, mas sim o amor, na figura suave de Leonídia Fraga. Neste breviário, quase diria uma notícia biográfico-sentimental, a autora sempre procurou situar-se a partir de fatos concretos; datas, locais e depoimentos. A intenção da autora ao escrever este texto foi de refazer um roteiro, recordar/imaginar alguns momentos desse encontro, desse amor vivido entre os perfumes da terra, nos descampados agrestes do sertão baiano.
Flor do sertão: breve notícia do amor infeliz da moça Leonídia pelo poeta Castro Alves
Flor do sertão – Ed. Macunaíma, 1986.