Femina

O universo feminino, reinventado através do mito, está presente neste livro onde, através de símbolos recorrentes – o espelho, o labirinto, as tesouras, o bordado, forma-se uma densa rede de significados que remetem à poesia como “coisa de mulheres. Um serviço usual, reacender de fogos”. Capturar o tempo em sua contínua passagem, desvendar os mistérios do amor e da morte, tão contrários e tão próximos, fazem parte desta poesia, onde misturam-se delicadeza e crueldade, mansidão e violência. Uma poesia que se constrói, segundo a autora, “no interstício, na falha, no lapso”, no mistério e na fraude de um “silabário incompleto”, “código, nos poros mais secretos”.